Usina de ondas do Porto do Pecém lançada
na Rio +20
A
usina de ondas do Porto do Pecém, que transforma os movimentos do
oceano em energia, será lançada, oficialmente, durante o evento Rio +20,
a ser realizado entre os dias 13 e 22 desse mês.
Pioneiro na América Latina, o projeto, inicialmente, irá abastecer o
próprio Porto. De autoria do Instituto Alberto Luiz Coimbra de
Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe) vinculado à UFRJ e
financiado pela Tractebel, contando, ainda, com o apoio do governo do
Estado do Ceará, o empreendimento instala, no Brasil, experiências
conhecidas em outros países, como Portugal, Holanda, Japão e Reino
Unido.
Como funciona?
O funcionamento ocorre em função de grandes “braços mecânicos” que
foram instalados no píer do Porto do Pecém. Na ponta desses mecanismos,
em contato com a água do mar, há uma boia circular.
À medida que as ondas vão batendo, a estrutura faz movimentos de
subida e descida, o que aciona bombas hidráulicas, que fazem com que a
água doce contida em um circuito fechado, no qual não há troca de
líquido com o ambiente, circule em um local de alta pressão.
Essa água que sofre grande pressão vai para um acumulador, que tem
água e ar comprimidos em uma câmara hiperbárica, que é o pulmão do
dispositivo.
O Ceará foi escolhido para abrigar o mecanismo principalmente pela
constância dos ventos alísios. O movimento desse ar gera ondas regulares
no mar cearense. Elas não atingem níveis elevados, como no Havaí, por
exemplo, mas são constantes, fator que aumenta a eficiência da usina.
Potencial
O País tem grande potencial para aproveitar as forças do mar e
convertê-las em energia elétrica. O litoral brasileiro, de cerca de 8
mil quilômetros de extensão, é capaz de receber usinas de ondas que
produziriam algo em torno de 87 gigawatts.
Desse total, 20% seriam convertidos em energia elétrica, o que
equivaleria a 17% da capacidade total instalada no País. Os impactos
ambientais desse tipo de fonte energética são considerados baixos. As
vantagens são o fato de uma usina de ondas contar com uma fonte
abundante, limpa e renovável de recursos.
Fonte: Diário do Nordeste (CE)
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